segunda-feira, 14 de março de 2011

POEMA Bouchevique

   Na primeira noite
   eles se aproximam
e colhem uma flor
 de nosso jardim.
  E não dizemos nada.
  Na segunda noite
já não se escondem:
   pisam nas flores,
matam nosso cão,
  e não dizemos nada.
Até que um dia
  o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
  rouba-nos a lua e,
conhecendo nosso medo,
  arranca-nos a voz da garganta
e porque não dissemos nada,
 já não podemos dizer nada.

Wladimir Maiakovski
  Poeta da Revolução Bouchevique

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